Eu versejo por todos os tempos e templos, por todas as épocas, tal qual um vampiro reinventando sua imortalidade... quero beber-te vermelho e tornar-te imortal... Boa Morte!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ciranda.


Ainda sou a criança de olhos atentos, passo manso e fala assustada. Posso ser vista escondida atrás das portas, solitária, indefesa - olhos arregalados, respiração forte, coração aos pulos.
Sou aquela quieta no canto das festas a espera do momento em que o vacilo dos demais possibilite uma estranha alegria reinar no salão. A de choro fácil, pensamentos adultos e olhar perdido no parque. Aquela que teme os mais fortes e sem motivo aparente se chega aos familiares para que não saibam da sua fragilidade.
Sou a criança que barganha ser aceita exigindo-se
afinco em destrezas desconfortáveis para satisfazer os demais. Sou infante, pequena, assustada, chorosa, sem conto de fadas, sem heróis... Órfão de infância, de tranqüilidade, de liberdade.


Nasci velha num velho mundo novo. Permaneço entre brinquedos, papéis coloridos, aquarelas, gritando ser criança para quem sabe alguém um dia consiga me ensinar a brincar de ser feliz.

6 comentários:

♥JÔ♥ disse...

Me emocionei, e me identifiquei muito com o seu texto!
PERFEITO!

Luiz Scalercio disse...

belissimo texto,
gostei muito bem,
escrito.
prbns e sucesso.

Renato Brandão disse...

Muito legal!!

Principalmente a parte de alguém te ensinar a ser feliz..

Abraços!!
Conheça meu conto no blog

www.ascronicasnoturnas.blogspot.com

Espero sua visita!!

Macaco Pipi disse...

todos cirandando a eterna dança da alma!

Cartas aos bons amigos disse...

Lembrei de Clarice Lispector,quando nos diz q por mais infeliz uma infância,sempre há de deixar na saudade o gosto bom da inocência!Eu continuo cirandando nessa vidinha quadrada q nos metem guela baixo.

Menino,adoro essa coisa q mora aí dentro de ti,riqueza de gente !

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

é há certa infância que se recusa ir embora
ainda bem...se do bem for