Eu versejo por todos os tempos e templos, por todas as épocas, tal qual um vampiro reinventando sua imortalidade... quero beber-te vermelho e tornar-te imortal... Boa Morte!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Feitio.

Um vento de saia rodada e um olhar farol de criança... Ela chega.
Sorriso contidamente faceiro, exalando o aroma da camélia que acabou de colher para enfeitar seus cachos ruzios, gira e desce sob olhos fascinados.
Vermelhas suas pulseiras, morena sua tez reluzente e suave seu hálito morno, com ela e dela começa a música. Chocalham os guizos e o samba, veia acima, arriba a roda e embala as moças.
Sob gestos pontuais e intensos, discretos, o salão dança a luz que move circular todo o cômodo. As árvores saúdam o vento que as balança e a brisa marinha recende as memórias do cais... Tudo é mar, é infinito, é calor e calafrio, é suor e desatino, é ritmo, é guerra e entrega. É Paz.
Na pisada da gira, roda, no lampejo do instante seguinte, marcha certa, fronte rente, cochicha, evoca, toma firme sua saia, cabeça guia, passa vulto e vai embora.
Deixa viúvos os moços, orgulhosas as rosas e abandonados de sentido o povo que, no repente, mira longe o rastro de sua energia.

Um comentário:

O Neto do Herculano disse...

Se ainda não comprou corra agora, ingressos para Beirut já a venda.